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Ranking de Inovação: Onde está o Brasil?

 

No início do mês falamos aqui sobre a cultura da inovação, e os diferentes perfis para inovar, apurados a partir de pesquisas aqui no Brasil. Mas como está nosso país em relação aos outros nesse quesito? Nós brasileiros somos reconhecidos, e nos reconhecemos como um povo criativo, com arte e cultura diversificada e diferenciada perante o mundo. Mas será que isso se converte em inovação nos negócios? É possível ter uma razoável ideia sobre isso, ao verificar o Global Innovation Index 2015 ( GII 2015 - na tradução livre o Ranking Global de Inovação), publicado nessa última semana em conjunto pela Universidade de Cornell, pela escola de negócios INSEAD, e pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual (WIPO na sigla em inglês). Essa foi a oitava vez que o ranking foi publicado, e tem o objetivo de identificar as economias com melhores resultados e capacidades de inovar, e que reconhecem a inovação como peça-chave para o avanço da economia e da prosperidade. O ranking se diferencia pela abordagem de indicadores que vão além das tradicionais avaliações em torno da pesquisa e desenvolvimento (P&D) realizadas em cada país. Foram avaliados 141 países em 79 indicadores.

 

Top em inovação

Os países europeus dominam o topo do ranking, tendo nos primeiros lugares a Suíça, Reino Unido, Suécia e Holanda, seguidos pelos Estados Unidos em quinto lugar. O estudo destaca os países que obtiveram desempenho melhor que seus pares nas economias emergentes, com destaque para a China, Malásia, Vietnã, Índia, Jordânia, Quênia e Uganda. O estudo considera as políticas mais efetivas para o desenvolvimento, que tenham condições de mostrar novas maneiras de inovar. Considera que cada país deve avaliar a melhor combinação de fatores e políticas de acordo com sua realidade, de modo a mobilizar suas vocações naturais para a criatividade e inovação em benefício de sua economia. Por exemplo, o Reino Unido com apenas 1% da população mundial é responsável por 16% das publicações mais reconhecidas em P&D, pois conta com instituições de primeira linha para esse tipo de recurso voltado à inovação.

Em termos de qualidade da inovação, medida através do desempenho de universidades, nível de publicação de artigos científicos e solicitações de patentes, são poucas economias que se destacam. Nesse caso os Estados Unidos e Reino Unido ficam ainda à frente dos demais, devido à qualidade de suas universidades no panorama mundial, seguidos de perto pelo Japão, Alemanha e Suíça.

 

Onde está o Brasil?

Ocupando a 70ª posição no ranking, o Brasil não aparece entre os três países mais inovadores da América Latina e Caribe, que são Chile (42ª), Costa Rica (51º) e México (57º). O estudo considera que a região apresenta um potencial inexplorado de inovação, pois possui economias importantes, mas que não estão voltadas à inovação como poderiam. Vale ressaltar que Argentina (72ª.), Perú (71a) e Uruguai (68a.), ficam muito próximos do Brasil no ranking. 

 

Inovar para crescer                      

Alguns fatores tem feito a diferença no nível de inovação dos países que se destacaram entre seus pares em suas economias regionais, como aqueles citados acima. Entre elas estão sua capacidade empreendedora, seu perfil de liderança e suas políticas voltadas à inovação. Devido à democratização da informação e da tecnologia, muitas barreiras vêm caindo nesses países, o que tem ocasionado desempenhos de inovação melhores do que sugeriria, por exemplo, a análise de sua renda per capita.

 

 

Sandro Gomes é sócio-diretor da CrossVision.Intelligence
Texto autoral publicado na Gazeta do Povo, Caderno de Economia
Coluna Negócios & Marketing  em 20/09/2015
www.gazetadopovo.com.br